terça-feira, 22 de setembro de 2015

PRÓSTATA: SINÉDOQUE DA SAÚDE DO HOMEM


Campanha mundial Novembro Azul, ao falar da prevenção de agravos mais comuns na população masculina, a reportagem parece reforçar, assim como a campanha Novembro Azul, a questão de prevenção ao câncer de próstata por meio do rastreamento. Rastrear uma doença consiste em oferecer um procedimento médico (exames, por exemplo) a determinado grupo da população – a princípio saudável – com objetivo de identificar pessoas que possam não saber que estão doentes.
O procedimento de rastreio ofertado deve ser seguro, confiável e de baixo custo.
No caso do rastreio do câncer de próstata, as evidências científicas não sustentam o PSA ou o toque retal como procedimento efetivo, ou seja, não diminuem a mortalidade e até aumentam o número de casos falso-positivos.
Portanto, ações de controle da doença devem focar em outras estratégias, como a prevenção primária e o diagnóstico precoce”. Diferentemente do rastreamento (que se ocupa de
populações saudáveis), o diagnóstico precoce oferece
exames e/ou procedimentos para pacientes que apresentem sintomas (no caso da próstata, seriam principalmente alterações da micção e da ejaculação).
Vale lembrar que o câncer de próstata, em geral, apresenta crescimento lento e o tratamento permite boas taxas de cura. Informar e compartilhar as decisões com cada paciente parece ser a melhor estratégia até o momento.As campanhas de saúde do homem devem apoiar-se na PNAISH e no debate sobre violência, acidentes de trânsito, abuso de álcool e outras drogas, estímulos à atividade física e alimentação saudável, saúde do trabalhador, além das discussões sobre práticas sexuais, sexualidade e paternidade.
Há todo um universo masculino que as tais campanhas deixam de lado ao reduzir a saúde do homem à próstata. A cada Novembro Azul ou Outubro Rosa percebo o quanto a Integridade em Saúde, princípio do SUS, precisa ganhar visibilidade nas campanhas de saúde (ainda) fragmentadas. A parte pelo todo, sinédoque da saúde do homem, definitivamente não precisa ser a próstata. Fonte: artigo do professor de Medicina de Família e Comunidade – UFRJ e Mestre em Saúde Coletiva, estampado em Radis – Janeiro-2015, Copidesque do Jornalista Léo.

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