HERON DOMINGUES, PROFESSOR PRÁTICO (01)
 
  
  
   
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O repórter que dormira em cama de campanha no aguardo do
    fato acontecer para criar a noticia na sala de reportagem, foi um professor
    forjado na prática. 
Exemplo eloquente foi nas noites tumultuadas que
    antecederam o suicídio de Getúlio. 
Titular do mais badalado e incrível programa
    radiojornalístico – o Repórter Esso – de que era titular absoluto. Um
    tiquinho do evento que Vargas deixava a vida para entrar na História. Vale
    fixar para a posteridade. 
  
O Repórter ESSO e o Suicídio de
    Getúlio. 
A temperatura política do país fervilhava! 
Desde o atentado da Rua Tonelero, em que um oficial da
    Aeronáutica morrera e o Jornalista Carlos Lacerda, líder da oposição ao
    governo, levara um tiro no pé, o presidente Getúlio Vargas estava
    praticamente imobilizado no Catete. 
  
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Os jornais, com exceção da Última Hora, não mais
    escolhiam palavras para atacá-lo. “Somos um povo honesto governado por
    ladrões” – estampou a Tribuna da Imprensa, dando a dimensão da profunda
    crise de autoridade em que o Brasil estava submerso. 
Nos quartéis, a oposição e o zunzum contra o governo
    cresciam: não havia dia em que os boatos não falassem de tanques (do
    Exército) nas ruas e aviões (da Aeronáutica) nos céus, prontos para o
    ataque final e a deposição do presidente. Na Câmara e no Senado, os parlamentares
    se sucediam na tribuna, batendo na mesma tecla: Getúlio Vargas, para o bem
    da nação, tinha de renunciar! 
Nas ruas, bares e lares, a classe média estava
    escandalizada com as notícias sobre bandalheiras na administração pública. 
O golpe estava delineado. Uma questão de dias, dizia-se
    na cidade.
    Leopoldo Miglióli. Continua. 
  
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