segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

HERON DOMINGUES, PROFESSOR PRÁTICO (01)
O repórter que dormira em cama de campanha no aguardo do fato acontecer para criar a noticia na sala de reportagem, foi um professor forjado na prática.
Exemplo eloquente foi nas noites tumultuadas que antecederam o suicídio de Getúlio.
Titular do mais badalado e incrível programa radiojornalístico – o Repórter Esso – de que era titular absoluto. Um tiquinho do evento que Vargas deixava a vida para entrar na História. Vale fixar para a posteridade.

O Repórter ESSO e o Suicídio de Getúlio.
A temperatura política do país fervilhava!
Desde o atentado da Rua Tonelero, em que um oficial da Aeronáutica morrera e o Jornalista Carlos Lacerda, líder da oposição ao governo, levara um tiro no pé, o presidente Getúlio Vargas estava praticamente imobilizado no Catete.

Os jornais, com exceção da Última Hora, não mais escolhiam palavras para atacá-lo. “Somos um povo honesto governado por ladrões” – estampou a Tribuna da Imprensa, dando a dimensão da profunda crise de autoridade em que o Brasil estava submerso.
Nos quartéis, a oposição e o zunzum contra o governo cresciam: não havia dia em que os boatos não falassem de tanques (do Exército) nas ruas e aviões (da Aeronáutica) nos céus, prontos para o ataque final e a deposição do presidente. Na Câmara e no Senado, os parlamentares se sucediam na tribuna, batendo na mesma tecla: Getúlio Vargas, para o bem da nação, tinha de renunciar!
Nas ruas, bares e lares, a classe média estava escandalizada com as notícias sobre bandalheiras na administração pública.
O golpe estava delineado. Uma questão de dias, dizia-se na cidade. Leopoldo Miglióli. Continua.


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