PREVIDÊNCIA SACRIFICA O
APOSENTADO (1)
Nenhuma
das conquistas dos aposentados sequer ameaça as contas da Previdência. Aliás, é
preciso ressaltar a imensa fraude que se criou em torno de sua suposta insolvência,
envolvendo agentes do governo interessados em incrementar ainda mais o rentismo
e uma mídia “pró-mercado financeiro”, como assinala a economista do Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Denise Gentil. “No ano passado, o
governo gastou no chamado item Gastos Financeiros da União 380 bilhões de
reais. É um volume muito alto de recursos que ‘precisa’ ir para o sistema
financeiro, daí seus altíssimos lucros.
Como não tem 1 bilhão de reajuste para os aposentados?”,
indaga o economista Washington Lima.
É certo que vivemos uma era de desencanto com a política.
E é dentro dessa imensa casa de tolerância e
flexibilidade moral que se tomou importantíssima decisão em favor dos
aposentados do país, tão frequentemente vilipendiados pelas políticas decididas
em Brasília.
Primeiro, a Câmara dos Deputados aprovou o reajuste de
7,71% para os trabalhadores inativo.
Por outro lado, manteve o fator previdenciário (uma
fórmula, criada no governo FHC, que leva em conta o tempo de contribuição do
trabalhador, sua idade e a expectativa de vida dos brasileiros no momento da
aposentadoria).
O governo ignorou o clamor dos idosos e adiou o
sepultamento da fórmula execrável...
O Fator Previdenciário e o
falso déficit da Previdência
Uma estranha fórmula criada no governo FHC, que no final
das contas, abocanha cerca de 30% do que o trabalhador tem a receber como
aposentadoria e que, notadamente, dificultou a vida de muitos brasileiros. “É
uma medida da era neoliberal, que precisa ser sepultada, como foram várias
outras da mesma época, dos anos 90”, aprova Denise.
“Se fizermos as contas, e qualquer um pode fazer, o que o
trabalhador paga à Previdência, sem contar a contribuição patronal, já é
suficiente para cobrir sua aposentadoria. Se considerarmos que ele paga o dobro
em relação às empresas, teremos uma situação em que o trabalhador, na verdade,
pagou muito caro para ter o benefício em valor integral. E, com o fator
previdenciário, ele tem redução para menos da metade do valor para o qual ele
contribui, ou mesmo do salário mínimo” explica Washington.
Nenhuma das conquistas acima citadas sequer ameaça as
contas da Previdência Social – AMBEP - Setembro de 2010. (LM jornalistaleo@radiosentinela.com.br www.radiosentinela.com.br
10-08-15)
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