CONTINUAÇÃO – Em 15 de novembro de 2014, Lígia dava a
VEJA, o depoimento a seguir do que extraímos alguns trechos.
Enquanto
em um adulto os efeitos do Crack duram apenas cinco minutos, no feto, por
causa da imaturidade do fígado, podem estender-se por horas ou dias.
O bebê
leva até sete dias para se desintoxicar. O tratamento é semelhante ao que é
reservado a dependentes adultos de crack ou cocaína, com o uso de remédios
como metadona e lorazepam, só que em doses menores.
No ano
passado 71 mães viciadas em crack tiveram filhos ali. Ligia fugiu, voltou
para casa da mãe.
Ligia
aguentou firme e se manteve longe do crack, dando esperança a todos de que
a maternidade operara o milagre da reabilitação. Enquanto outras mães sem
recursos nem forças para evitar o consumo da droga perderam a guarda de
seus bebês, Ligia foi para a casa da mãe com a pequena Lethícia nos braços.
Sem controle
Ligia
reluta em ir embora da Favela Esmaga Sapo, em São Paulo, depois de uma recaída. Só o risco de perder a guarda
da filha fez com que parasse de fumar, “Quero ir para a casa da minha mãe.
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Se ela não quiser me receber, só aceito ser internada se for com a
menina”, disse.
É o vigor do instrumento materno, que nada teme, tudo enfrenta, até
o desgraçado vício do CRACK.
A epidemia do crack no Brasil teve poder de aumentar o numero de
crianças abandonadas e os casos de doenças venéreas. Segundo o Juizado da
Infância e da Juventude de Belo Horizonte, 480 filhos de usuários de crack
foram abandonados nos hospitais e maternidades da capital mineira no ano
passado.
No Rio de Janeiro, cerca de 90% das crianças abandonadas têm pais
dependentes. O aumento do número de usuários de crack, que passou de
200.000 para 2,5 milhões em quinze anos, é apontado também como causa de
uma epidemia colateral, a de sífilis em gestantes. Em 2005 foram
registrados 1.863 casos em mulheres grávidas. Em 2012, o número de
gestantes com sífilis chegou a 7.043, e o de recém-nascido contaminados foi
de 4.447. “O crack tem levado as mulheres a fazer sexo sem proteção”.
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