sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

CRACK: NUNCA MÃE (03)

Depoimento de mãe viciada
Ligia conheceu o crack em 2008. Viciada em cocaína desde os 26 anos, ela passou a fumar “mesclado”, uma combinação de crack com maconha. A cocaína já não bastava para satisfazer sua busca pelo prazer efêmero das drogas.
Nos quatro anos seguintes, o uso da mistura foi-se tornando mais constante e ela passou a usar pedras de crack.
Como consequência do vício, Ligia abandonou a faculdade de pedagogia e não conseguiu manter-se em nenhum emprego.
Diz ela: “Passei a viver na rua! Não era dona de mim. Não sentia mais fome nem sono. Só vontade de fumar mais uma pedra, depois outra, depois outra”.
Quando o dinheiro evaporou, Ligia furtou em supermercados e se prostituiu em troco de pedras de crack. Ela foi contaminada com sífilis. Engravidou duas vezes. Sofreu dois abortos.
“Eu me envergonho, mas é importante que as pessoas saibam que, depois que o

crack vence uma pessoa, não há mais limites para o que ela possa fazer para tê-lo”, diz Ligia.
Na terceira gravidez o bebê se desenvolveu dentro dela. Ligia continuou sobrevivendo em buracos escavados por outros dependentes próximo dos alicerces de um condomínio às margens do Rio Aricanduva, na Zona Leste de São Paulo.
Fumava trinta pedras de crack por dia. Às vezes, mais.
Edna, sua mãe, funcionária pública, tirou-a das ruas um mês antes de Lethícia nascer.
Quando uma gestante inala o crack, as substâncias tóxicas que invadem a corrente sanguínea são levadas até o feto. Embora a placenta seja uma barreira para alguns tipos de intoxicação, ela não é impermeável às moléculas da droga, que penetram no organismo do feto, principalmente no cérebro. Veja/25 de fevereiro, 2015. Excertos do Jornalista Léo. Continua.


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